Abril Azul.

Abriu o azul do céu e o despertar deste dia nos faz ter um pulsar de emoção com a taquicardia azul. Tudo amanheceu diferente.
O colorido matinal se resumiu hoje ao azul que percebi no olhar, no sorriso e no horizonte que não é apenas do céu, mas da esperança de todos nós azulinos.
Lembranças me levam ao ano de 1975. Maracanã e um time com craques mas vivendo uma fase ruim no Brasileiro daquele ano. Remo x Flamengo - E a imprensa carioca afirmando ser jogo já carimbado com a vitória rubro-negra.
Paulo Amaral, o técnico azulino, reforçou um ideal para todos quando estavam no hotel. Curiosamente , o hotel chamava-se ARGENTINA , e ficava no Largo do Paysandu , no Bairro do Flamengo.
Naquele ano o discurso era vencer e mostrar que a garra azul era personificada por jogadores que honravam o manto sagrado, tinham hombridade e acima de tudo entendiam que a paixão azulina envolvia a maior torcida do Norte e um dos sentimentos que entendemos, move as pessoas. O Amor.
Com muita garra, superamos e vencemos o " imbatível " Flamengo. Hoje, com este universo azul favorável e uma Lua que dará a sua luz cheia para iluminar nossos rumos no gramado, teremos um mar azul nas arquibancadas, contra tudo e contra todos - até contra paraenses remistas que bajulam e reforçam o provincianismo de alguns poucos torcedores.
Temos identidade, somos azulinos.
Temos tatuado em cada poro de nosso corpo o amor por uma instituição mais que centenária. Uma instituição histórica , que hoje começa a repaginar a sua história esportiva, não apenas pelas cifras do confronto , mas pela perspectiva que há sempre um recomeço , e quem é Rei nunca perde a Majestade.

Texto escrito por Gil Mattos, antes da partida entre Remo x Flamengo, no dia 08 de Abril de 2009.

O gostoso de ser Remista não é vencer, não é ganhar títulos, não é gozar dos adversários. Na verdade, o gostoso de ser Remista é ser Remista!
Nós Temos por Deus um Clube, por um Templo um Estádio, por um Hino uma Idolatria, por um Símbolo uma Bandeira e pelo Remo muito amor, até o fim!
Não sabemos porque, não sabemos de onde, não nos disseram, nascemos assim! Não tivemos outro clube, nos apaixonamos.
Nos criticaram, mas somos Felizes assim! Às vezes pensamos, ficamos nervosos, brigamos com todos, mas é assim! Ser Remista, Viver Remista, Morrer Remista, Este é nosso FIM!

Mesmo que só reste eu...

Ainda que só reste eu na arquibancada, sozinho irei torcer para o Remo.
Provocarei os inimigos e calarei a boca daqueles que dizem que o nosso clube está acabado.
Somos torcedores do Fenômeno Azul, gritando, torcendo, vibrando, incentivando os guerreiros em campo.
Não há lugar para outro time no nosso coração, só quem é Remo sabe entender a razão desta paixão.
Gritamos, torcemos, cantamos o hino, trazemos no peito este amor desde menino.
As palavras se perdem ao retratar esta paixão, porque indescritível esta tamanha emoção.
Estamos aqui na arquibancada e lá embaixo está o nosso Leão, Correndo, lutando, jogando, pressionando e abatendo o adversário.
Colecionamos vitórias memoráveis, celebramos títulos incontestáveis, somos torcedores do Clube do Remo.Das torcidas somos a maior do mundo inteiro.
Quando morrer o último Remista, não é sinal que o clube irá acabar, é um sinal dos novos tempos
Onde o futebol mudou de lugar.
Que se calem todos os nossos inimigos e que as tentativas dos adversários seja em vão.
Que nossos chutes estufem a todas as redes, que cada partida seja uma nova vitória.
Ainda que só reste eu na arquibancada, mesmo sozinho irei torcer e vencer com o Remo, assim como Drumond que torceu contra o vento, que derrotado passou a soprar ao contrário.

Fundo do poço.

Você esta na pedra? Você esta gordo(a)? Você esta com cancer? Você foi infectado com o vírus da AIDS? Você tá sem dinheiro? Você está com o nome no SPC e Serasa? Você tá com nota baixa? Você tá com insônia? Você brigou com alguém, seja quem for? Você tá puto(a) da vida? Você tá cansado(a) de trabalhar e/ou estudar? Você está afim de jogar tudo pra alto? Você foi corno(a)? Você quer um namorada(o) e não consegue? Sua mãe morreu? Seu pai está na UTI? Seus irmão é viado? sua irmã é puta? Calma, no fundo do poço você não chegou, estarias fudido mesmo se fosses torcedor do paysandu.

Maior do Norte.

Pergunte a um rival: o que faz um time ser grande? Se a resposta dele for títulos, dê risada, não discuta e saia fora.
Como explicarmos sermos infinitamente maiores do que eles, tendo menos títulos que os eles? Nós temos nós mesmos, a paixão, o sofrimento que resume a razão do futebol. Engana-se aquele que pensa ser a razão um simples troféu, comprado em qualquer esquina. Ela nada mais é do que o amor. Os outros são títulos, os craques do passado. Nós somos a paixão. Não que faltem títulos em nossa gloriosa história. Homens como Alcino, Amoroso, Dico e Cimento. Craques nunca faltaram no Baenão. Ficamos 100 anos para ganhar um título do Brasileirão. E nossa torcida não deixou de crescer. Explicação? A paixão não se explica. Ser remista é ser povo, acima de tudo. É sofrer, mas saber rir do próprio sofrimento. É ser diferente. É ser maioria. Time da maioria.

Morrer de emoção.

Desde que nasci fui indusido a pensar que o bom era morrer dormindo. Porém cresci e cheguei a conclusão que o bom mesmo será morrer de emoção e claro, em um jogo do Remo.
Quem dera eu no mangueirão lotado na nossa torcida, a maior do norte, empurrando o time, e no último lance do jogo, sai o gol do título. Eu caio já desacordado, uma emoção sem tamanho, é assim que eu quero morrer. Emocionado, mesmo que sem sentir, vendo o fenômeno azul vibrando, mesmo que eu esteja sem a visão. E, dó morrerei mesmo, pois meu coração parou para cantar: Remo, tu és a minha vida, tu és a minha história, tu és o meu amor.

O que é ser remista?

Ser remista é ir além de todas as expectativas. É torcer pelo amor, pela paixão.
É aplaudir na vitória e acima de tudo saber levantar a cabeça após a dor de uma derrota, por mais dolorosa que seja. Sou remista, eu luto sempre, fraquejo as vezes, mas nunca desisto!

Clube do Remo é o seu nome. Leão é o seu mais carinhoso apelido.
Fenômeno Azul é a sua torcida de alma guerreira e espírito vencedor.
Baenão é a sua casa onde habitam os mais nobres homens, aqueles que encantam e embalam o sonho de milhões com sua arte, alegria, toques, olés, gols e ousadia.
Remo és tu uma paixão que alimenta a cada dia o desejo de seus torcedores de gritar, mais e mais:
Dá-lhe, Dá-lhe, dá-lhe Remo, Com muito orgulho, com muito amor!

Quem já foi no estádio, viu na TV ou ouviu no rádio viradas históricas, sabe o poder do manto sagrado e da história do clube.
Sente que sempre é possível e não existem barreiras para o filho da glória e do triunfo. Estamos além da lógica, do comum, do provável, afinal somos remistas.
E quem nunca escutou o ensurdecedor grito: Remo tu és a minah vida, tu és a minha história, tu és o meu amor?
Podemos desistir de muitas coisas na vida, menos do clube do remo. Sei que se existir 0,000000001% de chances estamos nós confiantes, empurrando o time.
Mesmo quando dizemos que está tudo perdido, no fundo sabemos que não está. Vamos fazer os mesmos rituais, mandingas, ser o fenômeno azul, mesmo que cada um da sua forma.

Três palavras.

Em meio a milhões de palavras, restam apenas três que não explicam, não justificam, não estabelecem razão para tudo o que sentimos. Três palavras curtas, que só fazem sentido juntas.
Três palavras que, não importa o que já tenha acontecido no passado ou que aconteça daqui pra frente, sempre, terão a força que nenhum argumento tem: CLUBE DO REMO!

Torcedor Remista.

O remista é diferente de qualquer outro torcedor. É diferente, pois não se restringe a ser somente torcedor.
Ser remista é como casamento. Na saúde e na doença, nas alegrias e nas tristezas, mesmo quando a doença parece não ir e as tristezas teimam em permanecer, o remista é capaz de após uma derrota humilhante, pegar a camisa no armário e sair às ruas mesmo sendo alvo de piadas.
Isso porque o remista não torce por um time, torce por uma nação e tal qual em uma guerra um cidadão não renega um país.
Mesmo que a derrota seja grande, o remista apóia seu time, pois os obstáculos engrandecem seu sentimento de nacionalismo e que me perdoem os que têm apenas títulos, mesmo que estes sejam importantes, mas o remista tem algo que os outros nunca terão: Paixão pelo Clube do Remo!

Texto adaptado de Roberto Drummond.

Maravilhas do mundo.

Quer saber quais as 7(sete) maravilhas do mundo? Digo com o maior prazer.
A primeira é nascer remista.
A segunda é viver remista.
A terceira é ser remista.
A quarta é ter amigos remistas.
A quinta é morrer remista.
A sexta é ressucitar remista.
A sétima, meu caro amigo, é começar tudo novamente com o maior prazer!

Ser Remista.

Remista nunca escolheu, foi escolhido!
Remista nunca desiste, chora, mais persiste!
Remista não perde e não ganha. Torce! Ama!
Remo, a paixão de quem nasceu remista fica mais forte, sai ano, entra ano, e a nação que te carrega dentro do peito te declara amor eterno, leão.

Vieram as provações e, a cada desafio, o filho amado mais arrastava multidões e despertava paixões que já estavam adormecidas. E todos, numa corrente de fé nunca vista, vibravam energias positivas.
No dia da vitória final, Triunfo, o Deus do Futebol, após o árduo combate, reconheceu: a ti, meu amado filho, toda a glória. Ave, Clube do Remo, filho da glória e do triunfo!

Amor Azul.

Vocês já tiveram uma paixão bem forte? Até hoje acho impressionante como 90 minutos mudam a vida de tantas pessoas, nem que seja por um segundo de felicidade, um minuto de exaltação, uma semana de encarnação.
Cada um é responsável pelas suas escolhas, cada um faz o que acha mais certo para si, por isso sem vergonha alguma e com muito orgulho eu digo eu sou leão até debaixo d’água, é um amor que vai além de 90 minutos, vai além de um simples campeonato, vai além de 100 anos de glória e histórias.
É uma força que vem do sangue, que vem do coração, que explode a cada grito de é Campeão, a cada choro de alegria ou tristeza, é um amor que só cresce e cresce.
Ganhar é bom, derrotas todos temos, não pode-se agradar a todo mundo, mas no fim o que vale é saber por quem torcer, é saber que se tem um ideal a seguir que une milhares de pessoas que gritam o mesmo sonho.
E, não menosprezando os torcedores daquela coisa, mas me desculpem, pois amor que nem esse não tem, O mais querido é o mais querido! É o Leão!

Torcedor.

Torcedor azulino é um bicho engraçado.
Enxerga no esporte uma razão para viver.
Escolhe times como quem segue uma religião.
Elege ídolos com quem busca a devoção por um santo.
Missa toda quarta e domingo. Quarta e domingo.
A ida ao estádio é uma visita a um templo sagrado.
Hinos, gritos, cascas de amendoim.
Sorvetes de limão, apitos, aflição.
Todos de olho numa bola atrevida.
Que resolve na hora se explode na trave.
Ou faz com que estranhos se abracem.
Como melhores amigos.
O gol é um divisor de águas.
Deve-se saboreá-lo sem parcimônia.
Há os que saem correndo em disparada.
E se imaginam comemorando junto à torcida.
Alguns choram mesmo quando o tento é a favor.
E muitos ateus olham para o céu e agradecem.
Mas o futebol é uma montanha russa maldosa.
A eliminação no último minuto é uma catalepsia.
Difícil se mover diante de tal fatalidade.
A glória é vista tão de perto.
Que a miopia embaça a percepção do fracasso.
A derrota não é apenas um revés a mais.
Ou uma conquista a menos.
É um garoto que chora.
Descontroladamente.
Porque o castigo é muito grande.
Para quem ontem dormiu confiante.
E apenas sonhou ser campeão.

Ola...

Nossos corações batem mais forte, gargantas ardem, movimentos fluem em uma dança inexplicável. Somos centenas, milhares de pessoas unidas com um só objetivo, torcer.
Em cada lançe, uma nova vibração, um novo sentimento. Fazemos as insólitas arquibancadas tremerem, deixamos gotas de suor deslizarem por nossos rostos, e achamos isso prazeroso, tudo por paixão, por amor.
Derramamos lágrimas por ti leão, por toda sua grandeza, por toda sua história. A cidade se pinta de azul marinho toda vez que você joga, os gritos saem por impulso de algo maior, algo que nosso corpo não consegue explicar, que a mente não pode compreender. As ruas se fecham, param para nos ver passar, admiram a beleza que criamos.
Remo, és nossa vida, fazemos o que for possível para ajudá-lo, você nos tem. Somos os mais fánaticos, os melhores do mundo. Perto de nós, todos os outros se omitem, se sentem fracos, ficam oprimidos.
És mais que um clube, és nossa Religião. Seguimos seus mandamentos de pés juntos e cumprimos cada uma das regras. Vivemos por ti, vivemos pra ti, tentamos retribuir toda a felicidade que nos traz, apesar disso ser quase impossível, não desistimos.
Tivemos momentos de desespero, tudo parecia se perder facilmente, estava se destruindo na nossa frente, todas as tentativas davam errado. Nosso prantoso choro deixa manchas em sua história, nossa tristeza o entristece, só uma coisa poderíamos fazer para conseguir a recuperação desta doença, deste mal. Apoiar.
As esperanças que temos nunca acaba. Temos que dar a volta por cima, e daremos! Estamos Participando de um trabalho árduo, que nos levará a emoção de conquistas, históricas conquistas.
O Edgar Proença e o Evandro almeida explodirão em pura emoção. Gritaremos: "Remo, tu és a minha vida, tu és a minha história, tu és o meu amor". Gritos incessantes, inacabáveis.
É lindo nos observar frenéticos saltando, berrando desesperadamente o nome de nosso clube, nosso Deus. É inexplicável. Para muitos somos loucos, somos viúvos de grandes craques.
Estes estão errados. O certo é dizer que somos torcedores, verdadeiros torcedores, que não abandonam seu clube. Fazemos a maior festa de nossa região.
Os locais paralizam, a região inteira nos admira, nos olham pasmos, não creêm no tamanho do nosso amor. Em qualquer que seja a situação, nunca deixamos voçê na mão. Nunca.
Vivemos na rua, tornamos qualquer dia em carnaval, um carnaval de cores, de sentimentos, de desejos, de orações, de Amor. Amor incondicional. Hasteamos bandeiras, enfeitamos os carros, seguimos nosso ideal, afinal, somos atletas azulinos que devemos cumprir nosso dever, se um dia formos unidos para a luta, o pavilhão teremos que saber defender.
Nós comemoramos, subimos no alambrado, enlouquecemos, piramos. Exaltamos nossa felicidade da maneira que achamos melhor. Mostramos o que sentimos pelo Clube do Remo, escrevemos, falamos, amamos.
Sei que és e serás eternamente grato ao nosso amor, por isos nos faz comemorar vitórias, por isso brincas com seus adversários. Nós não respondemos aos estímulos de nosso corpo, tal é a intensidade. Afinal em cada um de nós mora a esperança, e como somos Clube do Remo, o nosso amor diremos que não tem igual.

Ia me esquecendo. Me chamo Fenômeno Azul. Prazer.



Lucas Sampaio.